Mas intenção, não basta. É preciso passar aos actos.
Eis que se aproxima mais um final de ano. Cada ano que passa impõe a mesma indecisão: inicia-se com maiúscula, ou com letra minúscula? E quem decide que o 'O', no fim, é minúsculo? Como acaba o ano? Independentemente destas e de outras indecisões, era um facto inevitável. O ano, ou Ano, estava destinado a acabar desde o início. No início, o fim parece sempre longe. Agora, é tarde demais. Ah!, um ano preenchido por muitas coisas! Um ano que se deixou esvaziar de outras... E, se vier um ano a seguir a este, que seja um Ano. Que seja.
O ano de 2007 da Graça do Senhor passou rápido. Mudam-se os tempos, muda-se de casa. As ilhas ou, melhor dizendo, a ilha, cá está. Tantos dias de trabalho. Férias. Amigos, Família. Novas pessoas; novos colegas e amigos. Múltiplas idas a voltas, múltiplas travessias oceânicas completaram os dias e horas.
Desta feita, num outro rallye, na Ribeira Grande. A chuva. As máquinas que rugiram. Os cuidadores de vacas que, de bochechas bem rosadas, foram protestar veementemente a interrupção da passagem nos troços. As vacas, atordoadas com ruídos trazidos pelos homens. Vencedores. Vencidos.
Museu de Arte Islâmica, Kuala Lumpur, Setembro de 2007
As tragédias alheias são sempre de uma banalidade desesperante. As tragédias alheias são sempre de uma banalidade desesperante, As tragédias alheias são o dia a dia, Não o disse Oscar Wilde, mas podia talvez, talvez ter acrescentado este último dado talvez enquanto chorasse ter acrescentado que é banal porque é o dia de hoje, e de hoje, o minuto que tropeça no segundo, a morte que tropeça na vida, ou que a atropela, tropeça, tropeça que soa melhor, ora muito bom dia Sr. Joaquim, como está, como está, ah, que não magoa tanto, um tropeção de ocasiões, uma catadupa de sussurros, uma catadupa de risos e uma catadupa de catadupas de tudo e mais qualquer coisa, o antever do que aí se aproxima e que não conseguimos prever, foresee, oh foresee, o desfecho da tragédia, muito boa tarde, boa tarde Sr. Joaquim.
Debaixo de uma chuva forte, cerca de 2500 estudantes Belgas manifestaram-se a 6 de Dezembro em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. A verdadeira razão desta acção - contrariamente à notícia falsa publicada por um outro serviço informativo de baixo nível - prendeu-se com o facto de os estudantes pretenderem a deportação para a Sibéria do infame fotógrafo João (Rebite) Lopes Cardoso, que se tem recusado sistematicamente a deixar o país. Esta posição de Lopes Cardosos força asestudantes, principalmente aquelas que não querem prosseguir nos estudos superiores, a seguirem carreiras de modelos fotográficos.
Esta posição do polémico fotógrafo - que saltou para a ribalta da discórdia com a célebre exposição "De Tanto Bater", em Março e Abril de 2006 - vem lançar agora instabilidade na Europa Central. Ainda hoje irão reunir vários elementos do Parlamento Europeu, entre os quais o deputado Daniel Tomaz Allmeida Todosanto, recentemente eleito Presidente do CDS-PP, que vem defender a deportação de Lopes Cardoso para Portugal, em alternativa à Sibéria. Todosanto acredita, segundo declarações à Agência Lusa, que a presença do fotógrafo na Sibéria poderia causar ainda mais perturbação na Ásia Meridional, ao contrário de "em Portugal, onde já nada perturba".
A polémica prosseguiu ainda com a chegada do enviado especial insular Gustavo Corisco e Silva, que interrompeu a manifestação com um cartaz exibindo frases como "viva o proletariado" e, ainda, "vivam as vacas". Corisco e Silva ter-se-à aparentemente enganado na manifestação, e falhou assim a manifestação contra as quotas do leite, 2 quilómetros mais adiante. O enviado não fez quaisquer declarações.
Num dia marcado por curiosidades, e da mesma forma, o representante da CP, o Engenheiro Pedro Mêda Tirafundo - célebre desde a ainda hoje inexplicada tentativa de furto da Ponte D. Maria Pia, no Porto - surgiu também enganado na manifestação contra as quotas do leite. O discurso sobre "A importância das linhas de caminho de ferro na migração de formigas africanas" foi assim proferido na dita manifestação, perante milhares de ouvintes perplexos. Não menos perplexos terão ficado os outros milhares de espectadores que em vão aguardaram o discurso no principal centro de congressos de Bruxelas, sem que houvesse um centro comercial por perto.
Esperam-se agora reacções do Ministro dos Negócios Estrangeiros...
{Associated Press, 7Dec'07} "Karlheinz Stockhausen, one of the most important and controversial postwar composers who helped shape a new understanding of sound through electronic compositions, died at his home in western Germany. He was 79.
Stockhausen, who gained fame through his avant-garde works in the 1960s and '70s and later composed works for huge theaters and other projects, died in the town of Kuerten on Wednesday, his publisher, the Stockhausen Verlag, said Friday. No cause of death was given.
Stockhausen's electronic compositions were a radical departure from musical tradition and incorporated influences as varied as psychology, the visual arts and the acoustics of a particular concert hall.
He was considered by some an eccentric member of the European musical elite and by others a courageous pioneer in the field of new music. Rock and pop musicians such as John Lennon, Frank Zappa and David Bowie have cited him as an influence, and he is also credited with having influenced techno music.
So taken were the Beatles by Stockhausen's music, they asked permission to use his photo on the cover of the 1967 album "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band." He appears fifth from the left in the back row.
Stockhausen sparked controversy in 2001 when he described the Sept. 11 attack on the United States as "the greatest work of art one can imagine."
The composer, who made the comment during a news conference in the northern German city of Hamburg, where several of the suicide pilots had lived, later apologized but insisted he had been misquoted.
Stockhausen was born in the village of Moedrath near Cologne in western Germany on Aug. 22, 1928. His father was killed in World War II and his mother also died, leaving him orphaned as a teenager.
[Stockhausen] wrote 362 individually performable works, according to his publisher, including more than 140 of electronic or electro-acoustic music, and brought out more than 100 albums.
In one of his lager-scale operas, "Licht," Stockhausen tried to capture all of the facets of the world with sound and noises and set them in relation to the human spirit, speech, smells and colors.
The piece, which took 25 years to compose, is an enormous sonic representation of the seven days of the week. So large is the work's scope that multiple scenes needed to depict Thursday alone last four hours.
"Licht" is to be performed in its entirety for the first time next year at the European Center for the Arts Hellerau in Dresden, Germany."
.... para informar que a Ilha de São Miguel foi declarada propriedade privada e independente. A tomada de posse, clandestina, foi reclamada por um indivíduo natural do Porto de 26 anos de idade e se auto-intitula "GPM, o GPM".
A notícia caiu como uma bigorna de esferovite atada a um cofre forte sobre as cabeças da Presidência Regional, entidade esta que está já a tomar medidas para impedir a tomada das outras ilhas, enquanto a situação actual não for esclarecida. Ao que parece a conquista foi levada a efeito de forma extremamente subtil, de forma que, durante o processo, ninguém mais se foi apercebendo das imagens de marca subliminares.
A cidade de Ponta Delgada amanheceu hoje para se aperceber da etiquetagem de todos os elementos - parte da campanha subliminar -, vivos ou inertes, da ilha em questão, numa reclamação de posse nunca antes presenciada. O que mais chocou foi, ao que averiguámos, a etiquetagem dos golfinhos como propriedade gpm. No entanto, e ainda assim, as autoridades decidiram emitir um louvor a "GPM, o GPM" por ter conseguido etiquetar também os golfinhos com a imagem de marca. "Não sabemos como o conseguiu fazer", declarou Carlos César (nome fictício), "mas até ao momento actual pensámos que só era possível fazer tal com as vacas, porque estão mais à mão e a água costuma estar fria. Eu só tomo banho no Brasil".
Aguardam-se novos desenvolvimentos sobre o caso. De momento, e como novas medidas, o para já novo dono da ilha declarou que os voos para S. Miguel passarão a ser efectuados pela companhia aérea 'Thai', e que todos os habitantes terão de comer cereais ao pequeno almoço.
