terça-feira, fevereiro 07, 2006

Quod Erat Demonstrandum

Ofir, Junho de 2005

É muitas vezes surpreendente o tipo de erros que se encontram por aí. E este é, sem sombra de dúvidas, um país de loucos, um lamaçal onde corremos o risco de encalhar de vez. Ao que a seca dos últimos tempos não virá ajudar certamente...

Pacheco Pereira lançou recentemente um livro - Quod Erat Demonstrandum, Diário das Presidenciais. Goste-se ou não, estejamos ou não de acordo com as ideias e as palavras que publica, Pacheco Pereira escreve bem - a meu ver -, chama a atenção para pormenores que não são imdediatamente evidentes, e suscita o debate de ideias. E suscita muitas vezes o debate de ideias colocando variadas perpectivas do mesmo jogo, uma das mais valias da forma como escreve, a meu ver, uma vez mais.

Não deixará de ser curioso que, no canto superior direito das páginas do breve diário supracitado, surja o título do livro: "Quod Erat Demonstrandun". Não é o facto de estar lá o título que é curioso, mas sim o Demonstrandu'n' (!). Não é um erro do autor, mas não se lançam livros assim: o erro está em todas as páginas ímpares!

Como queria eu demonstrar, à parte deste exemplo em particular, independentemente de fazermos um bom trabalho, há sempre mais variáveis associadas. Neste exemplo não faz qualquer diferença. Mas não posso ver com indiferença que são estas pequenas coisinhas, multiplicadas por não sei quantas páginas, por não sei quantos episódios, por não sei quantas almas e horas de existência e amplificadas por não sei quantas variáveis, que fazem a imagem de um país que não se quer mostrar capaz. É o tal lamaçal. O tal. E, num lamaçal, ficamos todos presos, tenhamos remado ou não.

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