domingo, abril 30, 2006

Memória 2 (mas não segunda)

Suiça e França, 2005. [Genebra, Genebra, St. Genis, CERN]

Memórias de outros tempos, bem passados. Memórias de amigos, de aulas de esqui e despistagens, memórias de aceleradores de partículas, de caminhos na neve, memórias de uma cidade com a identidade de não ter identidade, memórias de passeios pelas montanhas, memórias de memórias.
Memórias de ter memória.

quinta-feira, abril 27, 2006

Memória

NYC, Downtown Manhattan, Nov 2005

"Em Nova Iorque, diz White, encontram-se três tipos de pessoas: em primeiro lugar, as que lá nasceram e aceitam como natural e inevitável a dimensão, a turbulência, as luzes, o ruído e as pessoas - Nova Iorque é a única cidade em que se corre o risco de ser atropelado, propositadamente, por um peão, dizia Russel Baker, colunista do New York Times (...). Em segundo lugar, aqueles que todas as manhãs viajam dos subúrbios para trabalhar em Manhattan, uma praga de gafanhotos que a ilha engole de manhã para logo os regurgitar à noite. Eu pertencia ao terceiro grupo, aqueles que vêm de longe, à procura de alguma coisa, impelidos apenas pela certeza de que Nova Iorque é a cidade do destino final."

João Lobo Antunes, Memória de Nova Iorque e outros ensaios, 2002


Adenda: este post interrompe uma série de dois posts com comboios. Não pretendo roubar o protagonismo ao verdadeiro especialista, que, por falar nele, deve ter novos posts a publicar...

terça-feira, abril 25, 2006

25 de 74

Final do APBRF Meeting, Régua-Porto, Setembro de 2005

Vinte e cinco de setenta e quatro. Vinte e cinco de dois mil e seis.
O futuro deste território onde vivem mais de mil histórias e muito para cima de mil almas viaja, viaja sem parar. É uma criança num comboio, embalada pelo movimento, de atenção volátil, de coração que se distrai pelo jogo de luzes e sombras que as janelas, presentes em redor, deixam transparecer, em reflexos no tecto, nos olhos, nos outros. A criança do doce olhar e de heróica origem, reza a história, viaja num comboio. O futuro viaja num comboio.

Sentada no chão, a criança não sabe em que linha se encontra e que rumo segue; não tem de saber, é uma criança. E não sabe qual é a estação terminal.

domingo, abril 23, 2006

Sem tema

O IC cruza a Ponte S. João [vista da Ponte D. Maria Pia], Fev'06

De passagem, de passagem.

quinta-feira, abril 20, 2006

Water

Interlaken, Suiça, 2005

"What do ye do when ye see a whale, men?"
"Sing out for him!" was the impulsive rejoinder from a score of clubbed voices.
"Good" cried Ahab, with a wild approval in his tones; observing the hearty animation into which his unexpected question had so magnetically thrown them.
"And what do ye do next, men?"
"Lower away, and after him!"
"And what tune is it ye pull to, men?"
"A dead whale or a stove boat!"
Herman Melville, Moby Dick, 1851

Hoje, Vinte de Abril do ano de Dois Mil e Seis. Faltam dois meses.
É viver, ou morrer. Nunca, nunca me renderei.

quarta-feira, abril 19, 2006

Fire

Feira Medieval, Vila da Feira, Julho de 2005

Fire, a form of combustion, is a chemical reaction involving two or more chemicals where the molecules will readily react with each other to form additional chemicals. (...) Fire is not a state of matter: rather, it is an exothermic oxidation process by which heat and light energy are given out. (...) Fire is extinguished when one or more elements of heat, oxidizer, or fuel is removed; this concept is used in the fire triangle. The unburnable solid remains of a fire are termed ash. [www.wikipedia.org]


Fire is not a state of matter. Podia ser um estado de espírito.
Cinzas, cinzas foi o que me restou.

terça-feira, abril 18, 2006

Um blog que caiu do céu

Jardins de Serralves, Março'06

..., trouxe fotões e fez-se luz. E também há uns miosótis pelo meio :)
Sobretudo, a não perder, a não perder [certo, Sotôra? Seja benvinda!]

segunda-feira, abril 17, 2006

A caminho

Procissão a Yemanjá, Belmonte, Bahia, Brasil (Agosto de 2004)

"Estrela matutina. No cais o velho Francisco balança a cabeça. Uma vez, quando fez o que nenhum mestre de saveiro faria, ele viu Yemanjá, a dona do mar. E não é ela quem vai agora de pé no Paquete Voador? Não é ela? É ela, sim. É Yemanjá quem vai ali. (...)

No cais, os marítimos viam Yemanjá, a dos cinco nomes. O velho Francisco gritava, era a segunda vez que ele a via.

Assim contam na beira do cais."
Jorge Amado, Mar Morto. 1936


Desconhecido, aqui vou eu.

quinta-feira, abril 13, 2006

The return from the other side

NYC, Nov 2005

of the Atlantic. Welcome back, dear cousin ;)

Tinha de ficar aqui a mensagem de boas vindas. Não coloco uma foto tua, porque imagino efeitos colaterais violentos. Mais deixo ao critérios dos leitores deste blog;)
Os votos de um feliz regressar ao fuso horário de terras lusas. Não te preocupes quando começares a ver bolinhas cor de rosa. É o efeito normal do pós-trauma, e passa rapidamente.
[Para mais informações consulte o seu médico ou farmacêutico]

Avarias, enganos, e o IC523

Chrysler Voyager, Espanha, a caminho de Alcantara, 2005

Este é o primeiro post do Outatime colocado online em directo de um Intercidades Lisboa-Porto. Sr Home dos Quins, espero que se orgulhe desta minha tarefa.

Desde ontem à noite que presto serviço de assistência em viagem. Fui chamado ontem à noite (às 0:00 de hoje, aliás) para levar a carrinha da minha mãe a Fátima (!) de forma a substituir a do meu pai, que teve uma avaria [os meus pais sairam ontem para passar o fim de semana de Páscoa fora, como é hábito]. Passei lá a noite, e, hoje de manhã, guiei até Santarém para apanhar o comboio para Gaia, para os meus pais seguirem viagem. No entanto...

Enganei-me.

Apanhei o Pendular errado, que seguia para Sul, e que, por coincidência extraordinária, chegou a Santarém a uma hora que batia certo com o comboio que eu devia apanhar. E pronto. Saltando peripécias e factos à frente, aqui estou, a bordo do IC523, em primeira classe - pormenor que ajudou no Pendular a que me substituissem o bilhete sem custos adicionais - com uma boa parte do dia deitado fora, e com descanso a menos.

Desta vez, mas só por esta vez, não foi a CP que se enganou.....

Adenda: encontrei o especialista em comboios no messenger. Com um bocado de sorte, colocamos um post com a foto da máquina.

@PARTE2
(14:35)
A LE 2626 nas Devesas (Crédito Foto: Pedro Mêda)

Passamos à fase do trabalho de equipa. Após uma longa caminhada, em que percorri a totalidade da composição, foi identificada a máquina responsável pelo trabalho de me levar de regresso ao Norte. O número foi comunicado ao especialista, o Pedro Nuno, que identificou a máquina no seu gigantesco arquivo. Daí a enviar-me a foto, foi apenas mais um passo. Meus senhores e minhas senhoras,

a LE 2626. [0 392626-6].

Nota: por razões técnicas, os comments foram apagados... lamentamos o incómodo; façam o favor de voltar a dizer coisas.

terça-feira, abril 11, 2006

Dois miúdos, dois miúdos....

The Atlas Experiment (em construção), CERN, 2005

Dois sorrisos de dois miúdos, algo desfocados de tanto contentamento,
porque miúdos,
podemos ser sempre. Aceleramos a imaginação em túneis nas nossas cabeças, já apresentámos aulas sobre movimentos paradoxais de Marte no céu terrestre face a um público boquiaberto.
Espetámo-nos contra Garrett.
As nossas cabeças nunca estão assentes sobre a terra, mesmo debaixo dela.
Ainda há tanto, tanto para fazer...

Life's a bumpy road

Les Contamines, La France, 2005

so make sure you have plenty of spare tires.

A mensagem do dia foi patrocinada pelo Post 100 (R) do Home dos Quins.

Adenda: é sem dúvida, o momento mais filosófico do dia para mim. Por favor, mantenham a calma e a compreensão.

domingo, abril 09, 2006

O Caçador de Momentos

O Caçador de Momentos, em acção. Beira Baixa, 2005

Desta vez, eu disparei primeiro ;)
Em foco, o Caçador de Momentos (para breve, a versão desfocada). Com uma exposição de Momentos caçados, a não perder, no Era Uma Vez no Porto.


Quanto à foto, não me recordo do nome do local.... Salvaterra de.....? (Tremoçal de Abrunhos?) (João, ajuda-me nisto)

Adenda: post activado directamente da Biblioteca de Gaia.... a minha segunda casa :(

Este é um blog, acima de tudo

At Home, Mar '2006

informativo. (E não, não é um blog que está acima de tudo)

Depois de expressões como
"Entrou-me um cisco para o olho",
ou então
"Entrou-me um mosquito para o olho",
criadas por sabe-se lá quem, sabe-se lá onde, personagens que a história recordará injustamente como anónimas, tive o previlégio único de assistir - ao vivo, a cores e em Dolby Surround (only in selected theatres, como a cozinha da minha casa) - à criação da expressão

"Entrou-me sopa para o olho". Entrou-me sopa para o olho. Hum.

A expressão cuja autoria ficou a cargo do meu irmão, na passada Sexta Feira, foi arrancada a ferros do início do jantar. Ora bem, ora bem.
Isto vem revolucionar completamente o meu conceito de sopa. Na minha mente, a sopa deixou de ser 'apenas' aquele alimento vegetal-líquido. É, agora, também uma ameaça oftalmológica, pronta a saltar para os olhos dos mais incautos, um alimento vivo. Be afraid, be very afraid...

quarta-feira, abril 05, 2006

Interrompemos a Programação Actual (#4)

... para informar que foram apreendidos trabalhos fotográficos relacionados com o Gangue dos Rebites. As obras encontravam-se até hoje em exposição aberta ao grande público, e denominava-se "De Tanto Bater", um título para já considerado como "chocante e repulsivo, capaz de desencadear um ataque de gosma", em palavras do director demissionário da PJ, enquanto limpava a gosma com um lenço de renda.

saber mais
Há já vários meses que a Polícia Judiciária procura os elementos deste perigoso grupo, denominado pelas autoridades como o Gangue dos Rebites, a que são atribuídos o rapto violento de vários rebites e parafusos levado a cabo no final do ano passado. A este crime adiciona-se o roubo de locomotivas, tentativa de furto da Ponte D. Maria Pia no Porto, e ainda crimes de burla e utilização de personagens de banda desenhada para fins ilícitos. Até ao momento as várias forças policiais seguem sem rumo nesta perseguição.

O conteúdo da exposição, com trabalhos fotográficos a preto e branco - "para que não se identifiquem as vítimas", explicou o agente Meireles - incluía apenas fotografias daqueles que se pensam ser os parafusos e rebites raptados no final do ano passado na região do Douro.

As imagens, que podem ferir os mais susceptíveis, incluem um reportório de fotografias de parafusos e rebites amordaçados, encapuçados e subjugados sob armas automáticas, e sem vestígios de óleo. Perante as imagens, o responsável da CP resumiu a sua declaração a "Huh?".

A Comunidade Internacional reprovou imediatamente este tipo de mediatismo ligado ao terrorismo. "Não podemos permitir que terroristas sem escrúpulos divulguem assim o seu trabalho", disse um dos responsáveis pela acção internacional, acrescentando, "de qualquer forma, as fotografias apresentadas são de excelente qualidade gráfica e composição. Já o nome João Lopes Cardoso parece um péssimo nome fictício. Ao que parece, o Gangue dos Rebites não tem imaginação para nomes, ou pensa que somos estúpidos; Daniel Rodrigues, por exemplo, seria muito mais credível".

terça-feira, abril 04, 2006

À espera

Memphis, 3 de Novembro de 2005

e em pausa para inspiração. Em breve, interromperemos a programação actual, o que não será difícil. O repórter de serviço está no terreno. Notícias exclusivas e bombásticas na próxima edição.

Stay tuned!! (or stunned (?!), hummmmm....)


Adenda: Boa viagem, Rita! My best regards to the Big Apple.