Ponte D. Maria Pia, Fevereiro de 2005Uma vez mais, o Home dos Quins em actividade. Desta feita, on the edge.
Foi num dia, à tarde, que caminhámos por bairros de gentes muito modestas; cruzámos locais que o tempo vai esquecendo a um ritmo melancólico, lento, lento. Confiámos no metal e desconfiámos do orgânico. A memória das pessoas que outrora viajaram por esta linha tem já rugas e foi-se esvaziando como a solidez das madeiras e plataformas. Já não há restos de vapor por ali. Já não se ouvem os gritos de espanto e surpresa de tantos que, pela primeira vez, atravessaram o Douro em máquinas de sonho, embriagados pela paisagem de verde, azul e Douro. São hoje outros os panos de fundo, os da paisagem e os do espírito.
Este abraço, metálico, entre duas cidades de longa história, mantém-se firme; a ser perene, tal dependerá apenas da vontade dos homens.
E foi bom, foi muito bom ter estado lá.
4 comentários:
Um dos momentos magicos da minha vida foi atravessar essa ponte com o meu pai com a ponte de S. Joao a ser construida ali ao lado, e abracar-me aos pequenos refugios enquanto os comboios passavam, devagarinho, devagarinho...
Lembro-me de ter exigido a minha mae, no regresso de uma viagem a Lisboa, passar pela ultima vez na D. Maria, saindo em Campanha.
Estas memorias nao tem ainda rugas, e o essencial mantem-se: Quando olhamos ao longe, continua a ser uma das orgulhosas pontes de ferro do nosso rio Douro. Das nossas cidades. Mas os gritos e a surpresa, esses sim, vao-se perdendo no tempo... restam os aventureiros de casaco creme, que nos vao lembrando que uma viagem no tempo esta ai mesmo, a mao de semear...
Sem comentários... O que disseste Daniel, é comum a muitos. Em breve será divulgado um episódio meu de viagens que partiam de General Torres até à Aguda e que terminavam sempre, sem excepção em S. Bento!
Motivo, a ponte, o túnel, a estação!
Não há rugas que vinguem nestas recordações, tão planas como o gelo num lago...
Cumps
P.S. - Man in cream and red, temos que arranjar um equipamento de prospecção "ferroviária/fotográfica"
As rugas não eram para ser levadas à letra!! Eu próprio me lembro de passar na ponte. Mas o tempo é o tempo.
adorei o texto, ta assim mesmo... bonito.
as fotos tao girissimas..quero so dizer uma coisa: imagina a minha mae ali XD ok..nao resisti... bem eu n me lembro das exclamações e os gritos de espanto, mas imagino-os e obrigada por isso =)
Enviar um comentário