terça-feira, agosto 22, 2006

Avançando na linha

Linha do Douro, a caminho da Régua, numa 1400. Jul'06

A caminho da Régua, numa 1400, lá fomos nós. Não pretendo acompanhar ou - de forma alguma - ultrapassar o verdadeiro 'Home dos Quins' com estes últimos posts, mas antes agradecer algum fascínio que me possa ter surgido
não do nada, mas surgido
pelos comboios, essas seres, cuja vida, enganem-se, não é apenas um pára-arranca desgastante, uma vida sem dó nem piedade do metal e dos fluidos lubrificantes, pouca-terra, pouca-terra,
força, força!
serra acima, cidade abaixo, por cima de vales e por baixo de montanhas, não, não é, um treme e abana de empurrões com o caminho que tudo faz para não se mexer do alinhamento perfeito
perfeito
por vezes perfeito, que nem sempre o é, já dizia o Zé das Máquinas, o pobre velho, a sabedoria de um velho num pobre velho de olhos cansados mas vivos, mas dizia
e já me esqueço
que a vida destes seres que são comboios não é nada dessas coisas sem jeito, nada disso, mas sim muito mais, projectado naqueles que viajam com a cabeça de fora e se deixam enebriar por algo que este texto jamais poderá ter e que, melhor do que isso
ainda me lembro.

2 comentários:

miosotiis disse...

a minha melhor resposta é esta:

comprei "uma cana de pesca para o meu avô".

estou a ler. a gostar. muito!


e foi porque me falaste dele como se deve falar de um livro, do lado de dentro.



esta fotografia está muito boa. mesmo.*

PM^ disse...

Momentos raros, Douro acima!